Dê-me a Lua é um livro infantil francês, escrito por Roxane Marie Galliez e belamente ilustrado por Cathy Delansay, publicado no Brasil pela Ciranda Cultural. Encontrei por acaso na Feira do Livro Infantil que está acontecendo no Shopping Bangu, no bairro de mesmo nome do Rio de Janeiro.
Sempre tive uma queda por livros infantis, por sua apresentação extremamente criativa (quanto mais novinho é o público alvo, mais criativos são os livros) e, alguns, que são verdadeiras obras de arte, em que as ilustrações fazem tanto parte do livro quanto o texto escrito. Como os livros infantis são sempre muito coloridos e alguns empregam materiais diversos, indo muito além do simples papel, eles tendem a ser muito caros. Então, por conta de seus preços altos, colecionar esse preciosos da Literatura Infantil é um sonho meu, tanto quanto outro antigo, que é o de colecionar álbuns de ilustrações (ou Art Books) - e até hoje tenho apenas 3: Fushigi Yuugi Anime Illustrations, Fushigi Yuugi Manga Illustration e Complete Illustration Dragon Ball.
Dentre todos os belos livros expostos na Feira, Dê-me a Lua me chamou atenção por sua beleza estética, que ficou mais bonito com o preço de apenas R$ 10. Livros com diversas ilustrações lindas tinham vários por lá, mas não com esse precinho pra lá de atraente!
Dê-me a Lua conta a lenda de Pierrô e Colombina, que se pensava apaixonada por Marcelo, um talentoso poeta e violinista que encantava a todos com as melodias que tirava de seu violino. Mas Marcelo não ouvia e não dizia nada além de sua música, e Colombina tinha dúvidas sobre os sentimentos do rapaz.
Vendo-a entristecida, Pierrô apareceu, confessando seu antigo amor por Colombina. Para provar a ela que as suas intenções eram verdadeiras, ele permitiu que ela pedisse qualquer coisa, que ele lhe daria. Marcelo, por sua vez, oferecia a sua música a todos. Mas Pierrô daria a Lua à Colombina, que ela assim quisesse.
E, no seu coração, Colombina assim desejou... um amor sincero e verdadeiro.
E Pierrô ofereceu: "Peça-me a Lua... e eu a darei a você."
E assim Pierrô o fez - laçou a Lua cheia e levou até a sacada de Colombina, provando a ela seu amor sincero e verdadeiro. Os dois se beijaram e a Lua os levou consigo, para o alto do céu, e por lá permaneceram.
Mas Marcelo, que tocava sua música para Colombina, embora a distribuísse a todos, parou de tocar seu violino, depois que não mais viu a sua musa inspiradora. E lá do alto da Lua, Colombina percebeu a tristeza do poeta, e duas lágrimas escaparam de seus olhos, que caíram na terra, regando uma semente que estava escondidinha.
Em um dia e uma noite, a sementinha se transformou em uma enorme árvore. Marcelo, que sempre chamava por Colombina, decidiu usar a madeira para construir um instrumento muito maior que o violino, para que sua musa pudesse ouvi-lo lá da Lua. E ele construiu um violoncelo, um instrumento tão mágico que tinha o mesmo tom de voz do poeta. E Marcelo tocou para Colombina durante as noites de Lua.
Confusa em seus sentimentos, Colombina não sabia o que fazer. Pierrô, mesmo magoado, permite que sua amada parta, transformando-a em uma pomba branca (a Colomba) para descer até Marcelo. Se ela se decidir por ficar, voltará a ser mulher de novo, mas não poderá retornar para a Lua e para o Pierrô.
E como uma pomba branca, Colombina voa até Marcelo e acaba descobrindo que seu amor pelo poeta, era um amor de amigo, e que ela admirava a música dele.
Nos países europeus, os instrumentos de cordas, com o violino e o violoncelo, são chamados de Celo (cello)... talvez por causa desse triângulo amoroso entre Pierrô, Colombina e Marcelo.
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