26 de set. de 2016

Igreja de Santa Luzia

Igreja de Santo Luzia no final do Século XIX
Dando continuidade às postagens sobre minhas visitações durante as férias de agosto, hoje trago as fotos que fiz da pequena Igreja de Santa Luzia, que fica no Centro do Rio de Janeiro, e uma das sobreviventes às modernizações que tomaram a Cidade no início e em meados do Século XX.

Na imagem de abertura do post, coloquei uma pintura que retrata a pequena igreja e o seu arredor, no final do Séc XIX e início do XX, antes que ocorresse os absurdos desmontes de morros (como o Morro do Castelo, que ficava próximo à Igreja), e a demolição de cerca de 1700 imóveis na região onde hoje é a Av. Rio Branco e Av. Beira Mar, em 1905, e mais de 500 casarios e 4 igrejas durante o Estado Novo, para dar lugar ao enorme falo horizontal que é a Avenida Presidente Vargas, uma ode em vida ao presidente que mandou fazer esse estrago todo no final da primeira metade do séc XX. Sem contar que a maioria das suntuosas construções erguidas no início do século passado não sobreviveram mais que 50 anos! Tudo em nome de uma modernidade que não é mais do que grandes bustos memoriais àqueles políticos que querem ficar na História erguendo obeliscos falaciosos.

Deixando de lado essa odiosa parte de nossa infeliz História, vamos nos ater exclusivamente à pequena e meio esquecida Igreja de Santa Luzia, situada à Rua Santa Luzia, em Castelo, Centro do Rio de Janeiro. Se no passado ela fora construída como destaque, hoje ela encontra-se meio escondida entre prédios, feito uma velhinha carcomida pela idade, depredada pelo vandalismo de pichadores (essa raça hedionda!) e o abandono dos fiéis que se debandam em massa das igrejas.

Em seu interior, como acontece com todas as construções antigas não modernizadas, é como se o tempo não tivesse passado, sendo possível sentir a atmosfera dos seus primeiros anos, com suas cadeirinhas talhadas, seu douramento tardio e suas imagens esculpidas em madeira, verdadeiras relíquias! É pequenina e aconchegante, mas bem cuidada por seu pároco e funcionários. Carece de algumas restaurações, que são obras mais difíceis e, por isso mesmo, mais dispendiosas.

Quanto à real data de construção da igreja, essa se perdeu na noite dos tempos, restando apenas versões sem comprovação documental. A primeira versão data de 1519, em que o navegador Fernão de Magalhães ergue uma ermita onde expõe uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, para celebrar seu casamento. A imagem de Santa Luzia foi trazida em 1565 por Estácio de Sá. A segunda versão é sobre a construção de uma capela pelos franciscanos em 1592, sendo ampliada posteriormente, em 1752.

Nas minhas buscas por mais informações sobre a Igreja de Santa Luzia, me deparei com este blog aqui, o Literatura & Rio de Janeiro, que traz um pouco mais de informações sobre a igrejinha em questão e demais outras da Cidade.

Abaixo segue as fotos que fiz do interior da igreja, tendo ao final fotos, antiga e atual, da fachada, retiradas da internet, apenas para meio de comparação das modificações sofridas no entorno.

Altar-mor com Santa Luzia.

 
O interior da nave.


Imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, possivelmente a mesma trazida por Estácio de Sá em 1565.
A nave vista a partir da entrada.

 Abaixo, retiradas da internet, fotos antigas da igreja, em que ainda existiam o Morro do Castelo e a praia de Santa Luzia:




 E aqui, como está atualmente a Igreja de Santa Luzia e o seu entorno, agora sem morro e sem praia:


Por ironia, onde antes era o Morro do Castelo, agora há prédios ainda maiores. Uma das desculpas que deram na época era a de que os morros eram responsáveis pelas epidemias que assolavam a cidade do Rio de Janeiro, por não permitir um melhor arejamento da área... Claro que a falta de saneamento básico, já atrasado em 200 anos, nada tinha a ver com isso...

Há mais igrejas dessas férias para trazer aqui no Blog. Até lá, então.

25 de set. de 2016

Asas Negras com postagens diárias no Blog Hybrida!

Na postagem anterior, divulguei as publicações que estão ocorrendo nos blogues Série Encantados e The Snake Stories, dos livros Raptores I e Teatro Mágico.

Hoje venho divulgar a publicação do meu xodó Asas Negras, publicado desde 2012 no Clube de Autores e posteriormente no Amazon Kindle Store. O tempo que este e os demais livros tiveram à venda já foi o suficiente para me deixar a segunda autora mais rica do mundo, depois da Rowling, é claro, então agora posso disponibilizá-los gratuitamente para leituras diárias nos blogues, diferente da minha colega gananciosa que até hoje lança versões diferentes de Harry Potter só para continuar vendendo, aaff! Dinheiro não é tudo, não, gentem! É a tua vida inteira, mas não é tudo :P

Então... você poderá apreciar Asas Negras a partir de agora no blog Hybrida - seriehybrida.blogspot.com. Levará ainda muito tempo para ser totalmente publicado, pois estou postando uma página por dia, para facilitar ao máximo a leitura.

Espero que aprecie :)

20 de set. de 2016

Raptores e Teatro Mágico nos Blogues

Como devem saber, fiquei um bom tempo sem fazer postagens em meus 300 blogues (não apenas este aqui, o PatriciaDo). Passei todo o ano de 2015 sem postar um 'oi e tchau', sendo que a minha produção literária já vinha declinando desde 2014.

Para piorar o meu ânimo, as vendas dos livros na Amazon despencaram de forma horrorosa e no Clube de Autores nem se fala! Todas as últimas 300 compras dos meus livros foram feitas por mim mesma!!!

Bem, é claro que sempre tive a intenção de ganhar dinheiro vendendo histórias! Também tinha a intenção de enriquecer igual a J K Rowling, que saiu da merda para se tornar uma rica entre os mais ricos do mundo! É, eu tinha essa intenção toda, podes crer!

Então... já que não consegui o intento, então tenho que me conformar em ter meia dúzia de leitores! Sabe, tenho que me conformar com essa meia dúzia de leitores anônimos, tímidos demais para manifestar que leram alguma coisa. Eu entendo, juro... também leio centenas de livros e nunca comunico isso aos seus autores, especialmente autores como Nicolai Gogol, Virgínia Woolf, Marion Zimmer, Tolkien, Casimiro Cunha, Machado de Assis...

Aí chegar à conclusão matemática de zero leitores foi muito fácil: se não está tendo saída dos livros na Amazon e no Clube de Autores, então não está tendo... leitores! Viu como sou espeeerta??

Mais espeeeerta ainda foi quando tive a brilhante ideia de publicar os Contos e Romances nos blogues... eeeeeh!


E a coisa é bem simples, e está muito confortável de ler até no smartphone: os dois textos foram divididos em capítulos (além dos capítulos normais apresentados nos livros) e publicado cada um por vez a cada dois dias. Não ficou muito longo para ler, equivalendo de uma a três páginas comuns, com um intervalo mediano entre um capítulo e outro, o suficiente para não esquecer e nem para enjoar da leitura.

E aí, vale o sacrifício? Só por curiosidade, visite os blogs - Séries Encantados e The Snake Stories. Vai que você gosta, né? Tudo é possível de acontecer!

Outros textos virão! Apenas com esses dois iniciais, você já terá leitura gratuita até novembro! A minha pretensão é disponibilizar nos blogs os outros Romances e Contos, inclusive o meu xodó Hybrida!

Prestigie um desconhecido e insignificante autor nacional! Não custa nada - a não ser que você queira fazer um donativo em agradecimento, rs.



14 de set. de 2016

Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé

Foto de Giro Carioca Tour
A Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé tem uma história que se confunde com a própria história do Brasil e do Rio de Janeiro. Palco de gloriosos eventos pretéritos, a magnífica igreja situada à Rua Primeiro de Março, no Centro do Rio, presenciou a coração de Dom Pedro I e Dom Pedro II, o casamento de Princesa Isabel com o Conde D'Eu e foi moradia da Rainha Dona Maria I, mãe de Dom João VI, além de ter sido a catedral metropolitana até 1976.

Em estilo arquitetônico conhecido como Rococó, comum em muitas igrejas antigas do Rio, a igreja é ornamentada com talhas de madeira revestidas em folhas de ouro. Quando se passa diante da igreja e se vê a sua fachada maltratada pelo tempo e vandalismo, nem se imagina que dentro há tanta beleza conservada. Diferente das outras igrejas antigas, inclusive a vizinha Nossa Senhora do Monte do Carmo, a Antiga Sé é luminosa, graças às claraboias abertas entre as paredes e o teto, por onde entra a luz natural, em especial no final da tarde, onde os últimos raios de sol do dia incidem diretamente dentro da nave, iluminando belamente os adornos dourados, dando ao lugar um aspecto até mesmo onírico, que é reforçado pelo perfume de lavanda no ar, pelo frescor da refrigeração ambiente e pelas músicas sacras tocadas em volume baixo, com as caixas de som estrategicamente espalhadas que dá a impressão que é ao vivo. Só faltou a fumaça de incenso para completar o cenário de sonhos! De todas as igrejas que visitei nas minhas férias de agosto, a Antiga Sé é a que mais me encantou, não apenas pela beleza de sua arquitetura, uma verdadeira obra de arte, mas pelo enorme bem estar que se sente ao estar em seu interior. No geral, todas as igrejas nos trazem uma sensação de paz e tranquilidade, mas digo que isso é reforçado na igreja em questão. Já sei onde irei me casar, agora só falta o noivo XD

Para saber mais sobre a Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, pode acessar o site oficial - http://www.antigase.com.br/ e o site Rio de Janeiro Agora.

Abaixo, segue a sequência de fotografias que fiz do interior da igreja, espero que aprecie :)



 
 

 
 












 

13 de set. de 2016

Capela de São Conrado


Sempre que vou realizar as provas do meu curso de Gestão em Turismo, aproveito o intervalo entre uma prova e outra para passear pelas ruas de São Conrado, bairro de dois extremos que vai dos condomínios de luxo e mansões do Joá aos barracos da Rocinha, a maior favela do Brasil, ou comunidade, como agora é chamado.

São Conrado é um bairro nobre, o último da Zona Sul do Rio de Janeiro. Em meio a muito verde com suas montanhas exuberantes e o seu mar azul esverdeado, há também um paliteiro de prédios de condomínios de luxo (cujas únicas almas-vivas que se avistam são as plantas dos belos jardins); o shopping mais rico do Rio de Janeiro, o Fashion Mall; o maior bloco rochoso à beira-mar do mundo, a Pedra da Gávea; uma enorme área com um muro de 5 metros que não permite ver nada da belíssima paisagem que é o Gávea Golf Country Clube... e a Rocinha!

Bem, é um lugar bonito pela natureza exuberante e ainda não totalmente dilapidada, mas é um bairro que não tem nada além de praia e ruas. Acho o menos agradável dos bairros da Zona Sul e muitas vezes mais lembra um bairro fantasma. Você pode caminhar por alguns quilômetros e não encontrar nem cachorro na rua, o que é até bom, pois o bairro é cortado por uma autoestrada e várias avenidas.

A Rocinha é uma comunidade que cresceu absurdamente a ponto de hoje ser considerada um bairro, com mais habitantes que muitas cidades fluminenses de médio porte, em torno de 70 mil habitantes.

A região tem apenas dois acessos ao Centro do Rio e demais bairros da Zona Sul, e dois acessos para a Zona Norte e Barra da Tijuca, a autoestrada Lagoa-Barra e a Avenida Niemeyer, ambas de mão dupla. Hoje, pelo menos, conta-se com o metrô, realmente necessário por ser uma localidade quase apartada do resto da cidade. E vendo o tamanho da Rocinha e a precariedade das construções se equilibrando uma nas outras, não sei o que faz alguém querer ir morar num lugar desse, sendo que morar nos bairros mais afastados da Zona Oeste ou Zona Norte seria muito mais inteligente por conta da mobilidade. Por estrada, leva-se em torno de 1 hora de viagem de São Conrado ao Centro, praticamente a mesma coisa que de Bangu à Central do Brasil, que se for por via férrea, esse tempo pode ser reduzido até para 40 minutos. A vaidade de se dizer morador da Zona Sul vale isso? Para 70 mil pessoas, deve valer.

Mas não foi para criticar a região que fiz esse post, mas para mostrar a igrejinha histórica que praticamente iniciou o bairro na primeira década do Século XX: a Capela de São Conrado. Uma graciosa construção centenária (102 anos) hoje encarapitada num pequeno outeiro, que não existia em seu ano de construção. Parece ter havido um desmonte de morros e aterramento, algo que foi muito comum no Rio de início de Século XX, e isso você poderá conferir na última foto desta postagem em uma fotografia antiga em que havia apenas a igrejinha construída, emoldurada pela Pedra da Gávea, e mais nada.

Não é a minha intenção aqui contar a história do(s) bairro(s) e da Capela, apenas quero publicar as fotos feitas no último domingo, 11 de setembro. Se tiver a curiosidade, leia mais sobre o bairro São Conrado aqui, a Rocinha aqui e a Capela aqui.

Só para não ficar muito seco em termos de informações, a Capela de São Conrado teve a sua pedra fundamental lançada em 27 de junho de 1914, por Conrado Jacob de Niemeyer (não é ele o santo, rs) como presente à sua esposa, e teve a sua primeira missa rezada em 29 de julho de 2016.

A Capela é uma construção pequena e de arquitetura simples, com um agradável jardinzinho na frente, que deveria ter uma vista privilegiada do mar azulado não fosse alguns prédios enormes encravados mais à frente. Singelamente pintada em branco e azul, seu mobiliário se resume a bancos de jardins e cadeiras para os fiéis sentarem-se à missa. 

Ao lado, distante em alguns poucos quilômetros, está a enigmática Pedra da Gávea, a qual se atribui até mesmo lendas místicas de Intramundo, sendo considerada portadora de uma das passagens para Agharta; civilizações avançadíssimas que desapareceram, deixando supostas inscrições em aramaico na rocha; e até mesmo um antigo teleporto para descida de naves extraterrestres. Quer saber mais? Acesse http://www.alemdaimaginacao.com/Noticias/os_misterios_da_pedra_da_gavea.html.

A igrejinha é um lugar muito agradável, muito luminoso e arejado, ótimo para se descansar corpo, mente e espírito. Frequentada por celebridades moradoras do bairro, a Capela de São Conrado já teve o seu hino gravado até por Maria Bethânia, "Pequena canção para São Conrado". E se acredita mesmo que a religião aparta, basta assistir a uma missão na Capela num domingo de manhã: ricos e pobres, artistas e anônimos, jovens e velhos, todos juntos para a devoção ao Evangelho do Cristo - e mudar de opinião. Aliás, isso é comum em todas as igrejas católicas.

Abaixo, segue as fotos da Capela, sendo que a última baixei da internet e publiquei aqui a nível de curiosidade, apenas para conferir a enorme mudança - até mesmo geográfica - operada nas últimas décadas no bairro. As demais fotos são da autoria de euzinha, Pat Kovacs ;)



 
 

 

 

 
 

 





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