28 de mai. de 2013

Filme - Branca de Neve e o Caçador


Sabe aquela confissão que fiz na postagem do filme A Fera? Pois é, tornei a pecar, padre! E no mesmo dia e por volta do mesmo horário que o pecado anterior... no sábado à noite, no último dia 6 (e só agora estou podendo confessar, quer dizer, postar isso o.O).

Mas, sabe, acho que esse pecado pode ser perdoado, afinal eu havia passado o sábado inteiro na Cederj para fazer duas provas do curso de Turismo!

A bola da vez é o filme Branca de Neve e o Caçador (Snow White and the Huntsman). Que me surpreendeu - e muito! Talvez por esperar muito pouco dele ou desdenhar muito dele.

Aliás, desdém por filmes (e livros) do tipo não me falta. Incoerência e preconceito de minha parte, admito. Incoerência porque eu mesma sou uma contadora de histórias que se iniciou no universo dos fanfictions. Preconceito porque acho que obras como a da postagem são feitas sob a desesperadora situação da falta de ideias originais e novas para suprir o voraz mercado do entretenimento audiovisual. 

Talvez seja mesmo um recurso desesperado esse de pegar antigas histórias e dar novas roupagens a elas, mas se bem trabalhado, o resultado fica realmente bom!

E foi esse resultado que Branca de Neve e o Caçador obteve. O conto original (mesmo!) eu não conheço. O que conheço é aquela versão fofys do Studio Disney. Walt Disney era um cara safo e não gostava de deixar violência e sexualidade explícitas em suas obras - e é isso que faz dele um gênio, entre outros itens a seu favor. Tirando as "mensagens subliminares" contidas nas obras de Disney (e nem tão subliminares assim, se você conhecer os símbolos, coisa que qualquer um que tenha interesse em História da Arte consegue enxergar), o desenho animado de 1937 é uma obra FOFA, apesar das várias cenas violentas sugeridas, desde maritício até canibalismo, passando pelo linxamento de uma idosa (os 7 anões jogaram um pedregulho encima da madrasta, matando-a esmagada!). Mesmo que haja essas cenas macabras implícitas, ainda assim o longa de animação da Disney é um filme lindo e de bem com a vida. Portanto, era essa a visão que eu tinha dessa história. E veja que falta de imaginação da minha parte!

Tirando a base da história, todo o resto foi reformulado. Branca de Neve não é uma princezinha tapadinha e cantarolante, mas uma prisioneira em seu próprio castelo depois de praticamente presenciar o assassinato do pai pela belíssima madrasta Ravenna, interpretada por Charlize Theron, que é uma poderosa feiticeira com um ódio traumático por reis.

Kristen Stewart, a Bella Swan da Saga Crepúsculo, faz o papel de Branca de Neve. Além de linda, combinando com a personagem, ela representa bem a princesa trancafiada por anos na torre do castelo e que consegue fugir e sobreviver até mesmo à Floresta Negra. Nada de docilidades, paragens verdejantes e ensolaradas, nada de musiquinhas que atraem os bichinhos da floresta, nenhuma delicadeza. Essa Branca de Neve tem a força e determinação de uma guerreira, que se torna merecidamente uma Rainha (com R maiúsculo), não porque casou com um príncipe boçal, mas porque lutou até quase a morte para libertar seu reino!

E o tal Caçador? Nada de figura bonachã que fica com peninha de matar a princesinha meiga, mas senta o machado num pobre veadinho e arranca seu coração! O Caçador, que tem nome e é Eric, interpretado por Chris Hemsworth, é um ébrio, encrenqueiro e o único a saber como entrar e sair vivo da Floresta Negra, para onde Branca de Neve escapou.

E é para onde ele vai e encontra a princesa despojada e somente por uma boa promessa em ouro por parte dela - e depois cair a ficha de que ele esteva sendo ludibriado por Ravenna e o irmão dela! - que Eric aceita a barganha de ajudar Branca a se livrar de seus perseguidores.

Essa Branca de Neve é esperta, apesar de ter ficado 10 anos enjaulada numa torre. Compra o auxílio de Eric sem, em nenhum momento, entregar sua verdadeira identidade. O ponto alto é o encontro, nada festivo, com os 7 Anões - e esse Anões são aqueles mesmo das lendas nórdicas, desses que metem medo, e não os ridículos "Dunga & Cia Eu vou, eu vou". E graças ao auxílio dos Anões (estou sendo boazinha ao empregar as palavras "graças" e "auxílio"), que Branca e Eric conseguem sair ilesos da Floresta Negra e escapar dos perseguidores enviados por Ravenna.
Influência de Mononoke Hime?

Daí, temos a parte mais phodástica do filme, que quase me fez chorar: ao adentrar a parte bonita e encantada da Floresta Negra, Branca, Eric e os Anões se deparam com fadas e o Espírito da Floresta. Para mim (e encontrei pela net outros adeptos dessa teoria), uma clara e forte influência do longa de Miyazaki, Mononoke Hime. A cena é maravilhosa porque a influência é maravilhosa! Oh, Céus, tô quase chorando agora - eu AMO Mononoke Hime!

Apesar de forte e decidir lutar por seu Reino e vingar a morte do pai, Branca tem um coração bom e puro, e recebe as bençãos do Espírito da Floresta - Ô cena!

E é esse coraçãozinho puro e bondoso que tanto Ravenna quer... para ter sua tão almejada beleza e vida eternas! E não medirá nenhum esforço para conseguir isso, destroçando a tudo e a todos que se colocam em seu caminho.


Há um príncipe, mas não encantado; há a cena da maçã; há a suspenção vital de Branca, que pode apenas retornar à vida se receber um beijo verdadeiro de amor... e esse beijo não vem do principezinha não-encantado!

E quando Branca de Neve ressussita, em meio a comoção de todo o Reino, ela retornar com aquela força capaz de inflamar os homens e deflagrar a guerra contra Ravenna, para tomar de volta o Reino que lhe pertence e assumir o seu lugar de direito.

A cena de luta entre Ravenna e Branca é magnífica! E muito diferente da versão disneylândia, é Branca de Neve que mata a madrasta com uma estocada no coração.

A narrativa, os efeitos, as cenas, as batalhas são todos ótimos! É um filme que vale a pena pagar para assistir ;)



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