Os preparos para se iniciar bem um novo ano não terminam no dia 1º de janeiro. Esses preparos se estendem ainda por um tempo, engatando com outras cerimônias ou rituais espiritualista, de cunho religioso ou profano-religioso.
Hoje é o dia da Lavagem do Bonfim, a segunda maior manifestação popular da Bahia, depois do Carnaval. Esse ritual acontece há mais de 250 anos, quando foi iniciado em 1773, e sempre ocorre na segunda quinta-feira do mês de janeiro, depois de passada todas as festividades de fim e início de ano, inclusive da mística Primeira Sexta-Feira. A Lavagem do Bonfim serve de preparação da Festa do Senhor do Bonfim, que ocorre sempre ao segundo domingo após o Dia de Reis.
A Bahia é de Todos os Santos e para todos os Santos, não há dúvida disso. É um lugar carregado de energias espiritualistas, com seu povo altamente religioso. Umbanda, Candomblé, Catolicismo, não há diferença entre eles, pois é um mix dessas três Religiões.
Na segunda quinta-feira do ano (no caso hoje, dia 10) o ritual da Lavagem começa cedo, às 10 horas da manhã, em frente à Igreja da Conceição da Praia, onde se formará o cortejo de devotas vestidas à caráter, com suas ânforas cheias com água perfumada. Elas caminharão 8 quilômetros com aquelas endumentárias e os quartinhas cheias sobre os ombros, até a Igreja Nosso Senhor do Bonfim.
Essa romaria é acompanhada pelos Filhos de Gandhy e por milhares de devotos, até a Igreja, em que haverá a lavagem das escadarias com a água de cheiro. Todos vestidos com roupas brancas, que é a cor a Pax, a cor de Orixalá.
A Lavagem é o ponto alto e final da procissão , quando as devotas lavam as escadas com vassouras de palhas e muitas flores, num ritual de purificação, que em algumas Casas de Candomblé chamam de Águas de Oxalá. Oxalá é sincretizado com Nosso Senhor do Bonfim (em sua qualidade de Oxalufan, o Mais Velho) e Jesus Cristo (em sua qualidade de Oxanguian, Oxalá Guerreiro ou Jovem).
Aos sons de palmas, atabaques e Pontos Cantados (cantigas devocionais), a parte religiosa da festividade se encerra, dando lugar à segunda parte, a profana, se estendendo à festa de rua, com danças, batuques e barraquinhas onde se pode comprar os tradicionais acarajés e fitinhas do Senhor do Bonfim.
E no domingo, dia 13, é a vez da Lavagem do Bonfim em Olinda, Pernambuco, em que a tradição é ainda recente, completando 30 anos em 2013. Na Bahia, ocorre a Festa de N° Sr. do Bonfim, que se iniciou em 1754 com a transferência da imagem da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria sede, na Colina Sagrada.
Essa romaria é acompanhada pelos Filhos de Gandhy e por milhares de devotos, até a Igreja, em que haverá a lavagem das escadarias com a água de cheiro. Todos vestidos com roupas brancas, que é a cor a Pax, a cor de Orixalá.
A Lavagem é o ponto alto e final da procissão , quando as devotas lavam as escadas com vassouras de palhas e muitas flores, num ritual de purificação, que em algumas Casas de Candomblé chamam de Águas de Oxalá. Oxalá é sincretizado com Nosso Senhor do Bonfim (em sua qualidade de Oxalufan, o Mais Velho) e Jesus Cristo (em sua qualidade de Oxanguian, Oxalá Guerreiro ou Jovem).
Aos sons de palmas, atabaques e Pontos Cantados (cantigas devocionais), a parte religiosa da festividade se encerra, dando lugar à segunda parte, a profana, se estendendo à festa de rua, com danças, batuques e barraquinhas onde se pode comprar os tradicionais acarajés e fitinhas do Senhor do Bonfim.
E no domingo, dia 13, é a vez da Lavagem do Bonfim em Olinda, Pernambuco, em que a tradição é ainda recente, completando 30 anos em 2013. Na Bahia, ocorre a Festa de N° Sr. do Bonfim, que se iniciou em 1754 com a transferência da imagem da Igreja da Penha, em Itapagipe, para a sua própria sede, na Colina Sagrada.
Foto de: http://www.culturabaiana.com.br/lavagem-do-senhor-do-bonfim-dai-nos-a-graca-divina/ |
Para saber mais sobre as "Águas de Oxalá":
Livro - Águas De Oxalá, As:As Águas de Oxalá é um trabalho inédito na literatura afro-brasileira. No livro, Beniste detalha minuciosamente toda a dinâmica de um dos mais belos e longos rituais do candomblé, em que o branco domina integralmente os segmentos do terreiro, por ser a cor da pureza ética que simboliza o grande orixá Oxalá.O conteúdo histórico da obra retrata a organização do ritual praticado pela ancestralidade afro-descendente aqui radicada: os primeiros momentos, os quais se utilizam do modelo prático do mito que ilustra a narrativa, são seguidos por uma seqüência de 17 dias, a mais longa da religiosidade afro-brasileira, tendo todos os seus cânticos e rezas entoados com as devidas explicações pelo autor. Todo o cerimonial das Águas de Oxalá está integralmente descrito neste livro, de forma clara, com pormenores que enriquecem o conhecimento de iniciados e pesquisadores do assunto.Os ritos de iniciação não poderiam também ficar de fora neste conjunto de análise, pois são determinantes para uma participação intensa nos ritos. Sem dúvida, As Águas de Oxalá deve ser lido e estudado com o intuito de que o Candomblé se torne cada dia mais uma religião de significados inteligíveis e autenticamente brasileira.
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