Há luz no fim das Florestas?
Hoje se comemora o Dia Internacional das Florestas. O dia é comemorado, mas há algo nessa realidade que possa ser festejado?
Em minha mente, na minha forma de raciocinar, não consigo conceber os humanos, animais e florestas como 'seres' isolados e independentes uns dos outros. Por mais que as pessoas acreditem poder viver apartadas da Natureza (dentro de uma concepção que elas nem imaginam possuir - a do antropocentrismo, o derivado mais radical do especismo), isso não é possível, pois a nossa existência depende dela. Afinal, por mais que alguém abomine a ideia de contato com a Natureza, ainda assim necessita dela para se alimentar, se saciar e respirar.
Com a continuada destruição de áreas florestais, com a galopante dizimação da flora urbana e com o constante e ininterrupto envenenamento dos solos, águas e ar, é impossível haver algo a ser comemorado. Mesmo pequenas vitórias parecem meras ilusões infantis do bem vencendo o mal.
E o que podemos fazer?
O mínimo podemos: não compactuar. Assumirmos a co-responsabilidade por toda a vida do planeta.
E como fazer isso? Freando nossa insaciável gula. Parar de inventar necessidades que não existem. Deixarmos de ser consumistas. Dormar o Ego, pois o Ego desequilibrado é o verdadeiro vilão de todas as mazelas que sofremos e cometemos.
É fácil? Claro que não. E quanto mais tempo se gasta em gerar e criar um problema, mais tempo demandará para solucioná-lo.
Então devemos começar agora. Aos poucos, mas sempre constantemente.
ORAÇÃO DA ÁRVORE
Tu que passas e ergues para mim o teu braço,
Antes que me faças mal, olha-me bem.
Eu sou o calor do teu lar nas noites frias de inverno;
Eu sou a sombra amiga que tu encontras
Quando caminhas sob o sol;
E os meus frutos são a frescura apetitosa
Que te sacia a sede nos caminhos.
Eu sou a trave amiga da tua casa,
A tábua da tua mesa, a cama em que tu descansas
E o lenho do teu barco.
Eu sou o cabo da tua enxada, a porta da tua morada,
A madeira o teu berço e o aconchego do teu caixão.
Eu sou o pão da bondade e a flor da beleza.
Tu que passas, olha-me e não me faças mal.
Veiga Simões, Arganil, Portugal, 1914
"Vivamos erguidos como um árvore e
fraternalmente como uma floresta."
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