21 de jun. de 2013

Solstício de Inverno

 

E o Outono cedeu a vez ao Inverno, que se iniciou na madrugada de hoje, às 2:04h, e irá até 21 de setembro, com o Equinócio de Primavera. 

Para nós que estamos aqui no Hemisfério Sul, essa data de início de estação se funde com o Solstício de Inverno, que é um fenômeno astronômico usado por milhares de anos por diversos povos da Antiguidade, desde a Roma Antiga até a China, em especial os povos pagãos da Europa pré-Cristã, como os Celtas e Germânicos, para marcar a passagem dos períodos durante o ano.

Para essas antigas culturas, o Solstício de Inverno recebia o nome de Sabbat de Yule, considerado o ano novo, o início da Roda do Ano. É um período que se liga à morte, quando a vida se recolhe à terra aguardando o renascimento do Sol e o retorno ao mundo.

Hoje, esse festival sazonal é comemorado pelas religiões Neo-pagãs, incluindo a Wicca. Porém, o Solstício de Inverno no Hemisfério Norte se dará apenas em 22 de Dezembro, quando aqui ocorrerá o Solstício de Verão.

Por aqui, temos uma "caricatura" do que era essa festividade pagã das antigas culturas europeias. As nossas típicas festas juninas, as Festas de São João, que são heranças trazidas pelos colonizadores portugueses, traz muito das antigas práticas dos Celtas, como as fogueiras, que eram acesas para afastar os maus espíritos; o casamento na roça, que é a versão casta do festival de Beltane (que ocorre na Primavera), que é o festival da fertilidade e o casamento da Grande Deusa com o Deus Cornífero.

Quando nós vivíamos exclusivamente da terra, as estações do ano eram comemoradas com grande devoção. A vida dos homens seguia o ritmo da Natureza. Após a Revolução Industrial, quando começou o rompimento do homem com a Natureza, as festividades e devoções à terra começaram a perder força e até sentido. Hoje, pouco se vive daquilo que se vivia durante alguns milhares de anos. Muito pouco é vivenciado de forma religiosa, sendo que a maior parte é perpetuado em festividades profanas que a cada ano se torna mais e mais materialista e comercial - e não apenas aqui no nosso país, mas também nos países europeus que ainda comemoram os festivais sazonais.

Nós, que mal temos frio e muito menos neve - que só ocorre por fenômeno raro - que temos muito sol brilhando e calor de até 35°, com direito à praia e tudo mais, não temos a real noção do grande significado do Inverno. Mas, nos países onde as estações são bem delimitadas, o Inverno é simbolizado pela velhice e a morte. Era quando os povos antigos faziam a última colheita do ano, sacrificavam os animais de criação que menos chances tinham de sobreviver ao inverno, e se recolhiam às suas casas, preparando as provisões e aguardando pela Primavera, em que ocorreria o Nascimento do Sol e, com isso, o renascimento da vida em sua plenitude, explodindo em cores, em sons, em cheiros, em Vida.

Pois que a Vida, a nossa e de todos os seres viventes, é um ciclo interminável como as estações - nascemos, crescemos, procriamos, envelhecemos, morremos e renascemos - tal qual o Sol que nasce e morre todos os dias ou as estações sazonais que de Primavera, quando se brota a vida, se torna Verão, no ardor e energia da juventude, vira Outono, quando se amadurece, e finalmente se torna Inverno, quando se recolhe e se extingue a Luz... para voltar a ser Primavera, continuando o ciclo.

Portanto, hoje não é meramente mais uma entrada quente de Inverno. É uma passagem energética do período de tempo da nossa Terra. E se é energia, afeta a tudo e todos. Tudo é muito simples, mas também tudo é Divino.




Um comentário:

Cesar disse...

Pois que essa manifestação gélida da natureza, seja bem recebida por todos nós, Patricia.

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