Parte 3 – Sagrada Família
Desde que viu a “aparição” de Miriam saindo do
mar como fosse uma perfeita Iara, que
Joshua parou de se mostrar aborrecido e começou a enxergar a beleza do lugar
onde ele, privilegiado, passou a morar há cerca de um ano.
Embora não tenha voltado a encontrar com a
garota no Praião, não se desanimou em pensar nela. E esperançou encontrá-la
pelos lugares em que andava na pequena Barra de São João: pela Prainha,
Beira-Rio, Praça As Primaveras e até sobre a ponte que ligava Aquarius à Barra,
de onde se podia avistar a Ponte Caída e a Capela São João Batista, com o
pequeno cemitério onde jaz o poeta Casimiro de Abreu.
Era início de dezembro. Os pais de Joshua não
eram católicos praticantes, mas às vezes iam à missa. E foi em uma desses domingos que eles obrigaram
o filho a ir com eles. O garoto foi emburrado, sob protestos, mas foi. E
permaneceu emburrado pelo tempo que durou a missa até aos recados finais, quando ele mal acreditou em
seus olhos.
O padre convocava a todos para auxiliar na
montagem da Árvore de Natal e do Presépio, que ficariam expostos na praça de
frente à Igreja Sagrada Família, As Primaveras.
Os responsáveis pelos preparativos estavam ao lado do padre e um deles
era Miriam com seu sorriso luminoso.
Joshua, de repente, achou que passar toda a
tarde de domingo montando presépio debaixo de um sol escaldante era o melhor
programa do mundo!
Continua...
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