Parte 4 – As Primaveras
A principal praça de Barra de São João ocupava
um quarteirão inteiro. Era repleta de canteiros de gramas e flores, com
palmeirinhas, flamboyants e bougainvilles que coloriam e contrastavam o azul e
verde do céu e da vegetação com suas flores laranja e carmim.
A pracinha ficava de frente ao casarão onde
Casimiro de Abreu passou a infância, hoje transformado em museu, homenageando o
Poeta. Alguns passos mais adiante, estava uma majestosa e centenária
flamboyant. Abaixo da árvore, estavam duas estátuas em bronze: de Casimiro
criança, correndo e brincando com um aro; de Casimiro adulto, apreciando o rio
São João e escrevendo em seu caderno de notas.
Mais à frente, estava o escuro Rio São João. Em
sua margem oposta, estava um manancial sobrevivente de restinga, onde se ouvia
uma sinfonia de aves e outros bichos pela aurora e ao entardecer.
Quando Joshua chegou à pracinha, não havia quase
ninguém ali. Somente os homens da prefeitura, que tiravam do caminhão-baú o
material que seria usado na montagem das decorações natalinas, movimentavam o
lugar.
Mesmo impaciente, Joshua esperou. Sentou-se em
um banco de madeira, sob o caramanchão de bougainville. Ele ficara tão
emocionado ao rever sua Sereia Negra que não ouviu o padre informando a todos
para se encontrarem às quinze horas na praça... e ainda eram apenas treze e
trinta.
Continua...
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