UMBANDA – SINCRETISMO: OGUM x EXU
Na tradição católica, de acordo com
historiadores, Santo Antônio foi assentado como praça da Infantaria
portuguesa por ter intercedido no ‘milagre’ da vitória sobre as forças
espanholas e francesas, chegando à patente de Tenente-Coronel. No
Brasil, ‘auxiliou’ nas lutas contra o Quilombo dos Palmares (pela
Capitania de Pernambuco) e a esquadra de corsários franceses de Duclerc
(na Capitania do Rio de Janeiro), ficando no posto de Tenente-Coronel
até a Proclamação da República, quando teve seu soldo abolido pelo
Marechal Hermes da Fonseca.Sendo identificado como padroeiro de
incursões militares e batalhas, o santo frade acabou sincretizado com o
orixá Ogum na Bahia, por exemplo.À época da escravidão, os negros eram
forçados a abjurar suas crenças por imposição da Igreja Católica
Apostólica Romana, sendo também obrigados a adotarem para si nomes de
santos, como Antônio, Benedito, José, João, Pedro etc. Na Umbanda, Santo
Antônio é visto como um padrinho destes espíritos de escravos
africanos, os pretos velhos, nomeando entidades desta falange.Pode-se
conjecturar uma ligação (mas não o sincretismo) de Santo Antônio com
Exu porque o matrimônio sela um compromisso de continuidade dos homens
(pela família). Exu é o movimento, a dinâmica da vida, promovendo a
interação entre Criador e criaturas (comunicação) e a perpetuação dos
seres (reprodução). O símbolo deste Orixá é o falo - órgão sexual
masculino -, representando a fertilidade. Suas características
controversas – provocador, brincalhão, astuto, sensual – o associaram à
figura bíblica de Satanás. Por ferir a moral cristã, a Umbanda não o
aculturou como divindade; cultua apenas espíritos homônimos de
características análogas – os exus e pombogiras, devotando-lhes
homenagens em dia 13/6. Para os yorubá, etnia da qual herdamos a cultura
dos Orixás, não existe conceito de pecado, nem divindade que seja a
antítese de Deus (para eles, Olodumare).
Santo Antônio de Pemba X Exu

Entre Santo Antônio de Lisboa e Santo Antônio de Pemba há muita diferença.
Como o número de escravos era superior ao dos fidalgos, erigiu-se em
cada fazenda uma capela com o Santo da devoção dos Senhores ou Sinhás
das fazendas, onde um Sacerdote da Igreja Católica fazia seus ofícios
religiosos.
Quando os escravos adotaram Santo Antônio de Lisboa por Santo Antônio de
Pemba como Exu, fizeram-no por diversos motivos. O primeiros porque
tinham que acompanhar o credo católico; o segundo para ludibriar a boa
fé dos senhores das fazendas, pois proibiam que os mesmos professassem o
seu culto africano; e o terceiro porque faziam suas festas com fogo,
como fogueiras, etc, e o dono do fogo é Exu.
O dia de Santo Antônio de Pemba é 13 de junho, razão pela qual a Umbanda comemora nesta data o dia de Exu.
Fonte: http://www.caboclajurema.com.br/exus.htm
Santo Antonio X Zé Pilintra
Falar
de Santo Antonio na Umbanda, não é tarefa fácil, ainda mais de Santo
Antonio de Pemba , de Lisboa, de Ouro fino, de Pádua. Mas seja lá qual
for o Santo Antonio, Uma coisa é

certa, Zé Pelintra trabalha muito com
ele,e é o Santo em que Zé Pelintra deposita seus pedidos. De
casamenteiro à Guerreiro, Santo Antonio às vezes é confundido com Ogum.
Temos consciência que Ogum é Ogum, e Santo Antonio é Santo Antonio.
Antonio, que largou tudo pelo sacerdócio da caridade e luta justa pelos
valores dos humanos, seja o padre, ou o padeiro, o padre que alimentava
seus fiéis pela palavra de Deus ou o padeiro que matava a fome dos
pobrezinhos da aldeia de Pádua. Antonio, que quando vivo já era um Santo
para o povo, após sua passagem se transforma em Santo Antonio
Milagreiro. Zé Pelintra, em tudo que faz, homenageia Santo Antonio,
inclusive, no dia 13 de junho, benze os pães de Santo Antonio,
distribuindo-os aos filhos de fé, para colocarem no açúcar, e durante um
ano inteiro, o pão permanece sem estragar. Isto para que não falte a
fartura . Santo Antonio de Pemba, na Umbanda, que é o Patrono de Exú,
que rege as legiões desses espíritos guerreiros e mensageiros dos Anjos
Superiores (orixás), que preside as batalhas navais e terrestres. Santo
Antonio que protege as pessoas dos espíritos malignos e que traz o que
estava perdido. Zé Pelintra do Catimbó, ora muito a Santo Antonio. Em
uma das suas cantigas, pergunta-se: - Zé Pelintra, cadê Santo Antonio;
Estava rezando e fazendo oração; Santo Antonio que gira e retira que
quebra as demandas de toda a nação. e assim, Zé Pelintra, invoca ao
Santo, trazendo sua força, inspiração e proteção à Umbanda e aos seus
filhos de fé. SALVE SANTO ANTONIO.
Fonte: http://www.zepelintra.com.br/santo_antonio.html
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13 de Junho – Dia dedicado a Santo Antonio de Pádua
Durante toda a história da humanidade, muitos homens, que mais tarde
foram classificados com a alcunha de médiuns, produziram fenômenos
impressionantes, às vezes independente de sua própria vontade. Fenômenos
que, dependendo da condição em que se encontravam aqueles que os
produziam, os levavam às fogueiras ou às forcas. Há de se concordar que
todos tinham uma missão muito proveitosa à humanidade, mas foram
incompreendidos na maior parte das vezes. Dentre os vários médiuns que
já vieram à Terra para continuar a obra do Mestre Jesus, ao menos um
merece ser destacado pela quantidade de dons mediúnicos que demonstrou
possuir.
É o homem que em Portugal se chama Santo Antônio de Lisboa, e, na Itália, é chamado de Santo Antônio de Pádua.
No
imenso panteão de santos que a Igreja Católica possui, existem
catalogados 39 santos cujo nome é Antônio. Embora nem todos tenham datas
conhecidas para veneração ou recebam tamanho culto pelos fiéis da
igreja romana, vale ressaltar que um desses sobre-existiu. É o Santo
Antônio de Pádua, cuja data de culto é o dia 13 de junho, dia em que
faleceu no Plano Material.
Santo
Antônio, cujo nome verdadeiro era Fernando Martim de Bulhões, nasceu em
Lisboa, no dia 15 de agosto de 1195. Seus pais, Martim de Bulhões e
Teresa Taveira, eram descendentes de famílias que chegaram a Portugal no
tempo em que Dom Afonso Henriques, fundador da monarquia lusa, tomou
dos sarracenos a futura capital do reinado português.
Nessa
época, Lisboa era uma cidade pequena, de gente misturada - mestiça -
com traços visíveis de suas origens árabes e romanos dos povos e cultos
pagãos anteriores ao Cristianismo.
A
palavra "pagão" aqui nesse texto refere-se às famílias que habitavam
nos campos, ou camponeses, os quais tinham esse codinome. Nada se
comparando com a conotação que mais tarde foi delegada pelos padres e
catequizadores para designar todos aqueles que não adoravam o Deus
católico ou o Papa.
Foi
na Sé de Lisboa que Fernando de Bulhões recebeu os primeiros
conhecimentos. Ficou ali até aos quinze anos de idade, frequentando as
aulas de gramática, latim e música, na qualidade de moço do coro.
Em
1211 decidiu entrar para o convento dos frades agostinianos, em São
Vicente de Fora, onde pouco permaneceu. Seu feitio moral não combinava
com as perturbações que o importunavam e que o impediam de estudar e
concentrar-se, o que o motivou a transferir-se para o retiro de Coimbra,
em 1212.
Se
as regras e obrigações dos frades agostinianos fossem rigorosamente
obedecidas pelos membros da congregação, talvez Antônio tivesse
permanecido no mosteiro de Santa Cruz, em São Vicente. Porém, o dia-a-dia
dos monges era algo que estava longe de ser compreendido como modelo de
vivência monástica. A riqueza do mosteiro, as questões que envolviam
dízimos e imunidades fiscais, traziam vergonha e furor ao frade, já que o
seu pensamento era idêntico ao de Francisco de Assis.
Em
Coimbra, estudou filosofia e teologia, adquirindo a erudição mediúnica
que mais tarde constituiu-se o traço fundamental de sua inconfundível
figura.
A
situação religiosa da Europa, na época em que viveu Antônio de Pádua,
estava caótica. A Igreja Romana perseguia e matava milhares de pessoas
em nome do amor de Jesus, do perdão e da paz. Com a desculpa de
catequizar os "hereges" da Igreja Grega e os "pagãos" seguidores de
Maomé, a Igreja Católica Romana incitava o clero e demais fiéis a saírem
em diversas empreitadas a fim de saquear os seus opositores, através do
que ficou conhecido como "as Cruzadas". O poder da Igreja deixou de ser
eterno e espiritual para se transformar em um poder político e
temporal. O Papa, cheio de riqueza e poder, era o centro de todas as
intrigas políticas da época. Contudo, ninguém sequer abria a boca em
sinal de protesto, tamanho era o medo causado pelas fogueiras, pela
excomunhão e pelas masmorras.
Nessa
época, ganhava fama a ordem inaugurada por Francisco de Assis. Diversos
homens encontraram nas palavras de Francisco a força e a coragem
necessárias para propagarem a fé verdadeira no Cristo Jesus. Porém, o
fanatismo dos novos franciscanos foi motivo de muitas atrocidades e
resultados insatisfatórios junto aos povos. Certa vez, um grupo de cinco
frades franciscanos foram massacrados em Marrocos, devido à sua
impetuosidade em evangelizar os maometanos. Seu radicalismo era tão
excedente que eles se referiam a Maomé como "maldito, profano, sujo e
maligno profeta". O fanatismo e a intolerância dos frades eram tão
grandes que foram então fendidos à espada e degolados.
Esse
massacre dos frades franciscanos entusiasmou o jovem Fernando de
Bulhões, que resolveu seguir o exemplo de abnegação dos frades e entrou
para o convento franciscano fundado pela rainha D. Urraca, mulher de
Afonso II, em Olivais, Coimbra. Assim, aos 25 anos de idade, em 1220,
abandona o nome de batismo e adota o nome de Antônio, padroeiro do
convento de Olivais.
Logo
assim que tomou ordens no convento de Olivais, quis Antônio seguir para
a África, a fim de sofrer os martírios em nome da fé. Porém, tão logo
chegou no continente, adoeceu gravemente e foi reembarcado para a
Espanha, mas o navio em que estava Antônio saiu de sua rota e foi
aportar na Itália, na costa de Taormina, Sicília. Dirigiu-se para
Messina e lá convalesceu durante dois meses.
Antônio
permanecia ignorado enquanto convalescia até que certa vez surgiu a
oportunidade de iniciar as demonstrações de seus dons mediúnicos. Dons
estes que encheram de luz e maravilhas, ditos como milagres, as terras
da Itália e da França.
Em
Porciúncula, reuniram-se cerca de 3.000 frades franciscanos numa
assembleia em que Francisco de Assis, fundador da Ordem, foi o
presidente. Antônio lá compareceu, mesmo sem ter sido convocado, e
porque era figura inteiramente desconhecida, não foi sequer notado.
Juntando-se ao fato de ser tão franzino e ainda estar em convalescença,
Antônio era modesto e humilde, e escondia cuidadosamente suas qualidades
mediúnicas.
Porém,
noutra ocasião, numa assembleia ocorrida em Forli, na Itália, entre
franciscanos e dominicanos, foi que surgiu a oportunidade para Antônio.
No refeitório, o prelado pediu aos frades que dissessem algumas palavras
evangelizadoras. Após várias recusas dos frades, em tom de zombaria,
forçaram o insignificante Antônio a fazer a pregação evangelizadora. Ele
escusou-se, mas disseram: "Diz o que o Espírito Santo sugerir".
Antônio
começou a falar e iniciou pelo temor a Deus e, aos poucos, foi se
infiltrando nos pontos delicados da doutrina e da prática do
cristianismo, demonstrando um profundo conhecimento das Sagradas
Escrituras. Assustados, informaram o caso a Francisco de Assis e, dentro
de pouco tempo, foi transformado em pregador eminente. Junto às
pregações, Antônio produzia os mais assombrosos fenômenos mediúnicos que
revolucionaram a todos.
No
processo de canonização de Santo Antônio de Pádua, foram relatados nada
menos de 53 fatos, chamados milagres, realizados pelo frade.
Santo
Antônio de Pádua, ou de Lisboa, foi um grande médium e possuidor de
diversos dons espirituais inerentes à sua condição mediúnica: foi
audiente, profético, inspirado, médium de transporte, de efeitos
físicos, de materialização, transfiguração, curador e transmissor de
fluidos (passista).
Após
ter vivido só sete anos como frade franciscano, pois desencarnou aos 36
anos de idade, encheu as crônicas de Portugal, França e Itália com as
manifestações de sua mediunidade excepcional, como pouquíssimos médiuns
que têm baixado à Terra trazendo tamanha força e riqueza mediúnicas.
Sentindo-se
enfermo, esgotado, retirou-se para o campo em Arcela, e aí, em pouco
tempo piorou e morreu, no dia 13 de junho de 1231.
Isto
foi ocultado pelos frades, mas à hora da morte, nas ruas de Pádua, as
crianças foram avisadas por intuição e começaram a gritar: "Morreu o
frade santo!", "Morreu o Santo Antônio!".
Depois
de voltar ao Espaço, Antônio de Pádua operou vários prodígios
espirituais. Apresentava-se positivamente onde quer que fosse solicitado
pelo crente mais devoto e então agia conforme a fé e o merecimento do
solicitante.
Foi
canonizado pela Igreja em 1232, onze meses após sua morte, pelo Papa
Gregório IX. Já o Papa Leão XIII chamou Santo Antônio de "Santo de todo
mundo".