19 de dez. de 2012

O extermínio e a nossa responsabilidade


Quantos heróis anônimos padecem todos os dias, lutando por uma causa que pode estar mesmo perdida? Quantos são assassinados por defenderem o que é certo, por tentarem evitar que tragédias como desmatamentos e envenenamentos do solo, água e alimentos (que nós consumimos) aconteçam?

Pessoas que lutam por um bem maior de todos são exterminadas todos os dias. Pessoas que, mesmo sob ameaças, continuam impondo-se contra os mandos e desmandos de uma minoria que apenas visa o lucro farto e desenfreado. Essa minoria, os "coronéis" dos tempos modernos, querem e conseguem muito dinheiro através dos meios mais absurdos e destrutivos. Eles realmente não se importam se para isso terão que destruir toda a Terra ou matar pessoas ou mesmo uma comunidade inteira. Não. Esses "coronéis" são grandes e poderosos, são bem protegidos por um Estado corrompido, amparados por um Estado omisso.  Pisam e estraçalham quem e o que estiver no caminho para seu progresso podre e assassino.

O porquê desta postagem, justamente às vésperas de um dia tão especial quanto o Natal?

Agora pela manhã li um artigo do site Anonymous Brasil, intitulado "Extermínio de ambientalistas é promovido impune e livremente pelo poderio ruralista do país". Recebo diariamente a atualização do site, por email. Lendo, não pude deixar de lembrar os milhares de heróis anônimos que são mortos ou estão marcados para morrer, tudo porque eles defendem a vida!

Chico Mendes e Dorothy Stang são apenas dois nomes que se tornaram mais conhecidos de nós. Foram mortos covardemente, por criaturas sub-humanas que não são gente, que sequer consideraram as rugas e cabelos brancos da Irmã Dorothy. Esses sub-humanos matam sem remorsos, muitas vezes com requintes de crueldade, como foi com a família do ambientalista Dionísio Júlio, morta com golpes de foice!

Fazem isso a pessoas, certamente jamais terão qualquer compaixão por plantas e animais - destroçarão da pior e mais dolorosa forma possível, sempre que tiverem oportunidade.

Belo Monte e ameaça de suicídio coletivo de pessoas dos Guaranis-Kaiowás são os assuntos que mais ouvimos falar até algum tempo atrás. São novos holocaustos a caminho e tudo que há por trás disso é a ganância voraz e desenfreada. E, uma vez que tudo no nosso universo está intimamente interligado, também temos a nossa parcela de responsabilidade, às vezes muito maior do que podemos supor!

Ser vegetariano ou, num nível mais hard, ser vegan, é uma das soluções que se apontam para impedir o holocausto ambiental. É uma pena que esse assunto esteja sendo estipulado de forma agressiva, causando uma cisão moral entre "quem come carne" e "quem não come". E não é esse o caminho.

O Vaganismo, que é a atitude extrema de não-uso do ser animal em nenhuma circunstância, parece uma ideia extremamente radical, mas só o é porque vivemos uma época de extremismos radicais. Ao quebrar a cadeia comercial (produtor - comerciante - consumidor), o negócio entra em falência. E nessa cadeia comercial, o elo mais forte, mais importante, o topo da pirâmide, é o consumidor - somos nós!

Por nós, que consumimos o animal, seja em forma de alimento, vestuário, entretenimento, cosmética etc, a Natureza inteira padece: terras, rios, florestas, ar, fauna e flora. Por nós, os consumidores, criaturas vivas são submetidas a infernos que nós, tão distantes deles, apenas podemos tentar imaginar. E, numa última instância, pessoas estão sendo barbaramente assassinadas porque estão lutando contra os dois outros elos dessa cadeia comercial: o produtor e o comerciante. Afinal, a razão destes dois existirem somos nós, que consumimos seus produtos obtidos de forma macabra, levando dor, desespero e destruição a toda uma cadeia de vida que tem tanto direito de estar aqui como nós: pessoas humanas e animais; florestas, plantas e árvores; o solo que é o útero da Terra; as águas que são a fonte da existência de todos nós; o ar que não podemos viver sem por mais que alguns minutos, até se sufocar e morrer por falta dele.

Eu comecei essa postagem com uma intenção, mas, como sempre, o texto assumiu vida própria e mudou o rumo. E o tema se tornou assunto para outras postagens. Vamos falar de vida, de como manter a vida, vamos falar de veganismo.

A carne é gostosa? Sim. Um churrasquinho tem gosto de domingo à tarde, com os amigos e família. Mas não é justo para com o Mundo, fazermos toda uma cadeia de existência padecer horrores apenas para satisfazer as glândulas palativas, para andarmos bonitinhos com roupas e acessórios da moda de origem animal, para ficarmos mais enfeitados. Vamos conversar sobre isso numa postagem futura. Precisamos deixar este Mundo melhor, porque estamos aqui usufruindo temporariamente. Nós precisamos viver, mas tudo à nossa volta também tem esse direito

Um comentário:

Unknown disse...

É sempre bom ler um post informativo como o seu, gostei! Sucesso no blog <3'

Larissa,
garotameiosangue.blogspot.com.br

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