O Homem sempre se
locomoveu de um lugar a outro motivado por fatores diversos, que no princípio
foi apenas em busca de subsistência. Conforme o Ser Humano evoluía, também
evoluíam suas necessidades e motivações. Não mais apenas por sobrevivência
(andanças em busca de caça, terras férteis, localidades mais seguras etc), mas
também motivado por vários outros novos fatores, desde peregrinações religiosas
até avançando com a guerra.
Por ser uma criatura naturalmente
migratória, o Homem começou a se organizar para atender à demanda de viajantes
desde a Antiguidade, embora fosse de uma forma rudimentar. Porém, apenas no
Século XX que a atividade turística e sua organização ganham contornos mais
elaborados.
Com a Ciência e
Tecnologia em franca expansão, levando certa qualidade de vida às pessoas, uma
consequência benéfica da Revolução Industrial, o Homem se tornou mais livre
para se locomover com mais facilidade e rapidez: desenvolvimento dos meios de
transporte, especialmente os veículos sobre trilhos; maior tempo livre
proporcionado pela regulamentação dos direitos dos trabalhadores; distribuição
de renda mais equilibrada, especialmente para a nova classe social, a dos
trabalhadores industriais. Tudo isso serviu de contribuição para um maior tempo
livre que podia ser gasto com o ócio, o lazer, a diversão, ou investido em estudos,
pesquisas ou negócios.
O Turismo Internacional
A atividade
turística no mundo decolou após a Segunda Guerra Mundial, já na segunda metade
do Século XX. Entretanto, o fim da guerra não foi o único nem o mais importante
fator. Também foram importantes e impulsivos os fatores da evolução dos meios
de comunicação (telefone, televisão e rádio), dos meios de transportes (com a
popularização das aeronaves), maiores conquistas nos direitos dos trabalhadores
(como férias e descanso remunerados; salário fixo e o ingresso da mulher no
mercado de trabalho, proporcionando maior renda familiar; jornadas de trabalho
estipuladas, garantindo mais tempo livre etc).
Os Estados Unidos
foram os maiores emissores de turistas durante a década de 1960, viajando
especialmente para a Europa. Nos anos 80, devidamente recuperados da Segunda
Guerra, com a economia crescente e avanço tecnológico em produtos eletrônicos,
os japoneses foram os que mais movimentaram a atividade turística mundial.
Agora, na segunda década do Século XXI, acredita-se que um dos maiores
impulsionadores da atividade turística serão os chineses, devido à sua rápida
expansão econômica e financeira.
O órgão que realiza
os estudos na intenção de promover e desenvolver o Turismo a nível mundial, é a
Organização Mundial de Turismo, OMT, órgão consultor oficial das Organizações
das Nações Unidas, ONU. A OMT é representada por mais de 138 países e 350
filiações, entre governos, associações, grupos hoteleiros, operadores,
instituições educacionais e outros.
O Turismo no Brasil
A atividade
turística no Brasil começou a se desenvolver na década de 1990, devido à
estabilidade econômica que tirou o país de um abismo financeiro. Outros fatores que contribuíram para a
abertura do país à atividade turística foram: a natural potencialidade do
Brasil, com sua natureza diversificada e exuberante, sua cultura miscigenada e
seu rico folclore; o financiamento de projetos nacionais por capitais
estrangeiros; o interesse do governo em promover a atividade turística,
iniciando com a criação da Política Nacional de Turismo, pelo presidente
Fernando Henrique Cardoso, posteriormente com a criação do Ministério do
Turismo, em 2003, pelo presidente Lula; o crescimento da renda dos brasileiros;
investimento na propaganda positiva do Brasil no próprio país e no mundo;
capacitação de mão de obra; investimentos na infra-estrutura.
A Embratur,
Instituto Brasileiro de Turismo, é o departamento de turismo criado em 1966 e
hoje está vinculado ao Ministério do Turismo. Atualmente, suas atribuições vão
desde a fomentação de atividades turísticas por todo o país até o apoio na
comercialização de produtos e serviços, tanto dentro quanto fora do Brasil.
Mesmo com tantos
investimentos na área e criações de projetos turísticos, o Brasil ainda está
muito abaixo na estatística de receptividade de turistas estrangeiros, em
relação a diversos outros países como França, Espanha, EUA e até Arábia Saudita.
Porém, não basta apenas investimentos e criação de políticas para a área, pois
é necessário melhorar as condições do país num todo. Questões como segurança pública;
infraestrutura das cidades; condições das estradas e rodovias; melhor
organização dos aeroportos e qualidade/quantidade de vôos; melhoria na
qualidade dos serviços oferecidos; transportes públicos eficientes; e
diminuição da carga tributária, são de relevante importância para atrair
turistas ao Brasil, seja para turismo de lazer, negócios, ecológico e cultural.
O maior contingente de turistas estrangeiros no Brasil provém da Argentina, EUA, Portugal, Itália, Chile,
Alemanha, Japão, entre outros. Sendo que as cidades mais visitadas são Rio de
Janeiro e São Paulo (no turismo motivado por lazer e negócio), Foz do Iguaçu,
Florianópolis e Salvador (turismo de lazer), Porto Alegre, Curitiba e Belo
Horizonte (turismo de negócios).
A importância do Turismo
no ensino e na pesquisa, e seu inter-relacionamento com outras ciências.
A matéria prima do
Turismo é o mundo inteiro e o seu objetivo é o Ser Humano. Dada essa vastidão
complexa, não é possível restringi-lo a uma disciplina. O fenômeno do Turismo precisa
ser analisado e pesquisado dentro de um campo de estudos, utilizando-se de
todas as disciplinas em que se pode extrair conhecimentos para o entendimento e
a organização dele.
O Turismo faz
interligação com as Ciências econômicas, sociais, humanas, espaciais,
biológicas, exatas, com aplicações nas áreas da comunicação, administração,
contabilidade etc. Dentre as áreas de conhecimento que podem ser utilizadas no
estudo do Turismo, as mais influentes são: Economia, sobre os efeitos e
resultados dos gastos dos turistas que podem contribuir para o desenvolvimento
da área visitada; Sociologia, para entender as interações sociais entre
residentes e turistas; Psicologia, para compreender as personalidades no
contexto social e o comportamento do homem em grupo e em função da viagem;
Geografia, para o estudo das relações espaciais e melhor utilização dos
recursos naturais; Cartografia, para localização e planejamento do espaço que é
objeto de turismo; Antropologia, a fim de conhecer o desenvolvimento e a
evolução das formas de lazer do homem ao longo dos tempos; História da Cultura,
que envolve folclores locais, em suas diversas manifestações – dança, música, artesanato,
manifestações populares em festas etc; Estatística, para analisar os resultados
e consequências obtidas com a movimentação dos viajantes; Econometria,
utilizando-se da Estatística, Matemática e Economia para traduzir em números os
objetos de estudo e pesquisa; História, que é essencial para o Turismo, para
conhecer e compreender a História Geral de uma localidade e utiliza-se disso
como atrativo turístico; Direito e Legislação, essencial para a orientação,
fiscalização e legislação de passaportes e vistos, proteção de bens materiais e
imateriais, proteção aos turistas estrangeiros, à trabalho, passageiros
clandestinos, legislação ambiental para proteção da flora e fauna locais,
delimitando direitos e deveres dos visitantes; Informática, porque o mundo
presente e futuro é dentro da Tecnologia da Informação; Comunicação e
Marketing, essencial para o planejamento do Turismo enquanto um produto de
consumo.
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