18 de out. de 2012

Filme – A Casa do Lago


A bela capa do lançamento no Japão
The Lake House, 2006
Keanu Reeves e Sandra Bullock
98 min. Warner Bros.
“O romance finalmente entrou na vida da Drª Kate Forster. Ele é complicado, de fato, graças à distância que a separa de seu amor. Ela está no centro de Chicago. Ele está em distante subúrbio. E tem mais: ela vive em 2006. Ele, em 2004!
Keanu Reeves e Sandra Bullock se reúnem novamente desde o lançamento de “Speed – Velocidade Máxima”, para estrelarem esta bela história de amor que transcende o tempo. Tudo começa quando Kate se muda de sua deslumbrante casa à beira de um lago e deixa uma nota para o próximo inquilino, o arquiteto Alex Wyler. Eles começam a trocar correspondências e rapidamente descobrem que foram feitos um para o outro... apesar de ficarem separados por dois anos. Eles podem se encontrar? O que aconteceria se eles tentassem? Mágica e emocionalmente rica, A Casa do Lago é uma história de amor perfeita para 2004, 2006 e para todos os anos.”

É provável que você tenha torcido o nariz diante desta horrorosa sinopse que acabou de ler. Eu também torci e não teria adquirido o DVD se ele não me tivesse sido indicado por minha prima Suzenne Kovacs.

The Lake House, A Casa do Lago, é “um filme cativante e irresistível”, como bem descreve os críticos Ebert e Roeper. É um filme contemporâneo com um leve toque de fantasia, um romance surgido nas raias do absurdo, que se constrói, cresce e desanda diante de uma realidade improvável.

Sandra Bullock é Kate Forster, uma jovem médica que vive uma vida melancólica dividida entre casa, trabalho e visitas esporádicas à mãe, uma viúva que tem a vida igualmente introspectiva.

Ao romper com o único namorado que teve, Kate aluga e vai morar numa peculiar casa de vidro construída sobre um tranquilo lago, onde tem por vizinhança apenas a serena paisagem. Porém, a história começa quando Kate finalmente se muda da Casa do Lago, deixando, na caixa de correio, um carta destinada ao próximo inquilino.

Esse tal “próximo inquilino” é Keanu Reeves, que protagoniza Alex Wyler, um jovem arquiteto que cultiva uma eterna mágoa contra o pai, submerso em sua própria vida e sem grande preocupação com o mundo exterior.

Embora Kate e Alex sejam conterrâneos, o contato entre eles se dá através de cartas, pois estão absurdamente separados pelo tempo, num espaço de dois anos!

O elo de conexão entre eles é a caixinha de correio da Casa do Lago, e o agente que os ligará e os fará se encontrar no futuro é a cadelinha Jack, uma criaturinha aparentemente comum, mas um serzinho encantado que aparece do nada para ambos e do nada desaparece quando sua "missão cupido" é concluída.

Apesar dos atores serem figurinhas constantes em filmes-pipoca, e o próprio filme em si aparentar ser um simples água-com-açúcar de Sessão da Tarde, ele é muito mais, muito além disso.

A Casa do Lago é quase um filme-arte. É filosófico ao se movimentar por entre os pequenos dramas e tragédias pessoais de todos os personagens. É conceitual ao percorrer pelas construções de Chicago, mostrando a arquitetura como uma arte filosófica, um conceito de vida. A atmosfera plácida e melancólica da própria casa de vidro construída sobre um lago num subúrbio campestre e desabitado, é repetida ao longo dos 96 minutos do filme. Introspecção, melancolia, placidez, erros cometidos que nunca tiveram a sua redenção.

E, assim como o livro de Jane Austen, “Persuasão”, o preferido de Kate e que é citado algumas vezes no filme, A Casa do Lago fala de um romance que sobrevive ao tempo e sobre a paciente espera pelo momento certo desse romance se concretizar. Porém, ao contrário do livro, a Espera é de fundamental importância para que esse Amor sobreviva, se consuma e dê certo.

Ao contrário da vida real, há um final feliz, em que a longa espera foi vital para isso. Assim como no livro de Jane Austen e aqui na vida real, um romance esperar para ser realizado chegará tarde demais para que dê certo...

Mas, neste, há um happy end!


 

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